Tarifa Branca: o que é, quem pode aderir e quando vale a pena

Guia prático das bandeiras tarifárias: valores oficiais, quando se aplicam, como aparecem na fatura e como reduzir o impacto na sua conta de luz.

A Tarifa Branca é uma modalidade criada pela ANEEL que cobra valores diferentes de acordo com o horário de consumo. O objetivo é sinalizar o custo real da energia elétrica em momentos de maior ou menor demanda e incentivar o deslocamento do uso para horários menos sobrecarregados.
Os períodos tarifários são divididos em três: ponta (mais caro, geralmente no início da noite dos dias úteis), intermediário (valor médio) e fora de ponta (mais barato, madrugada, manhã e parte da tarde). Aos fins de semana e feriados nacionais todo o consumo é considerado fora de ponta.
Podem aderir consumidores do grupo B em baixa tensão (residenciais, rurais, pequenos comércios e serviços), exceto os beneficiários da Tarifa Social, iluminação pública e clientes com energia pré-paga.
A adesão é opcional e envolve troca de medidor e solicitação à distribuidora. Desde 2020 não há exigência de consumo mínimo. É possível solicitar a reversão para a tarifa convencional caso não haja economia.
As bandeiras tarifárias continuam valendo na Tarifa Branca, aplicando o adicional em todos os postos. Assim, em meses de bandeira amarela ou vermelha, o custo final aumenta em qualquer horário de consumo.
Vale a pena aderir quando é possível manter a maior parte do consumo fora de ponta (60% ou mais) e evitar a ponta (até 15–20% do total). Famílias que concentram muito uso entre 18h e 21h tendem a pagar mais caro.
Exemplo prático: uma família que desloca 60% do consumo para fora de ponta pode reduzir a conta em cerca de 8%. Já quem concentra 50% do consumo no horário de ponta pode ver a fatura aumentar quase 20% em relação à tarifa convencional.
A decisão deve ser feita com base no perfil de consumo. A recomendação é monitorar por alguns dias os principais usos de energia, comparar com os horários da distribuidora e testar a modalidade por 2 ou 3 ciclos de faturamento.

A Tarifa Branca é uma modalidade de cobrança de energia em que o valor do kWh muda de acordo com o horário em que a eletricidade é consumida. Ela está disponível para consumidores dogrupo B, ou seja, clientes em baixa tensão como residências, pequenos comércios e propriedades rurais, com exceção daqueles enquadrados na Tarifa Social

Essa opção só faz sentido quando a família ou empresa consegue transferir uma parte significativa do uso de energia para os períodos fora de ponta, aproveitando os preços reduzidos desses horários.

Para mais informações sobre outros tipos de modalidades tarifárias, visite Guia das tarifas de energia: como pagar menos na conta de luz

O que é a Tarifa Branca?

A Tarifa Branca é uma forma de precificação que busca sinalizar ao consumidor o custo real da energia em diferentes momentos do dia. Isso significa que o preço do kWh não é fixo, mas varia conforme a demanda do sistema elétrico. 

Existem três períodos principais:

  • Ponta: horário em que a rede está mais carregada, concentrando a maior demanda. Nesse período o preço do kWh é o mais alto.
  • Intermediário: faixa de transição em que o valor é intermediário, entre a ponta e a fora de ponta.
  • Fora de ponta: momento em que a demanda é mais baixa, resultando no preço mais barato do kWh.

O objetivo dessa divisão é incentivar o consumo consciente, deslocando o uso da energia para horários de menor sobrecarga

Como funcionam os horários

Entender os horários é essencial para avaliar se a Tarifa Branca compensa. Embora cada distribuidora defina sua tabela oficial, há uma lógica comum que pode servir de guia.

Onde consultar

Os postos tarifários (ponta, intermediário e fora da ponta) são definidos pela sua distribuidora e variam por área de concessão. A forma correta de confirmar é acessar:

  • A página de Postos Tarifários da ANEEL.
  • O site da sua distribuidora, que geralmente traz tabelas específicas por município ou região.

Lógica geral dos horários

  • Em dias úteis, a ponta costuma se concentrar no início da noite, quando muitas pessoas chegam em casa e ligam eletrodomésticos ao mesmo tempo.
  • O intermediário aparece logo antes e/ou depois desse pico.

Finais de semana e feriados

  • Aos fins de semana e em feriados nacionais, todo o consumo é considerado fora de ponta, independentemente do horário.
  • Atenção: feriados estaduais e municipais não seguem essa regra. Para eles, prevalecem as definições da distribuidora.

Exemplo ilustrativo (não é regra)

Para deixar bem claro como funciona a distribuiçõ de horários o gráfico abaixo mostra como a Tarifa Branca funciona comparada à tarifa convencional.

TarifaBrancaChart

Sempre confirme na página da sua distribuidora antes de tomar qualquer decisão. Reforçando: os horários exatos e multiplicadores variam conforme a distribuidora e região.

Tarifa Branca x Convencional: quando vale a pena

A comparação entre a tarifa convencional e a tarifa branca depende diretamente dos hábitos de consumo. Em linhas gerais:

Perfis que tendem a se beneficiar:

  • Pessoas que usam mais energia à noite tardia ou de madrugada (notívagos).
  • Famílias cuja rotina concentra o uso de eletrodomésticos pela manhã ou em horários de menor demanda.
  • Quem trabalha em home office e pode programar equipamentos pesados fora do início da noite.
  • Donos de veículos elétricos que podem recarregar o carro na madrugada.

Perfis para os quais não compensa:

  • Famílias que utilizam chuveiro elétrico ou cozinham principalmente entre 18h e 21h.
  • Consumidores que não conseguem deslocar o uso de máquinas de lavar, ar-condicionado ou outros aparelhos para fora do horário de ponta.

Para confirmar o potencial de economia utilize os simuladores das distribuidoras para comparar o custo da tarifa convencional e a tarifa branca.

Bandeiras tarifárias: influenciam?

As bandeiras tarifárias continuam valendo mesmo para quem opta pela Tarifa Branca. Isso significa que, além das variações de preço por horário (ponta, intermediário e fora de ponta), o valor final do kWh também pode ser acrescido pela aplicação da bandeira vigente.

Em outras palavras:

  • Quando a bandeira é verde, não há acréscimo de custo, mas o valor segue variando conforme o horário.
  • Com amarela ou vermelha, o adicional é aplicado igualmente em todos os postos, tanto fora de ponta quanto em ponta.

As bandeiras tarifárias incidem sobre todas as modalidades de tarifa, inclusive a branca. 

Para saber com mais detalhes como funcionam as bandeiras tarifárias, confira o artigo Bandeiras tarifárias ANEEL: o que são, valores e como impactam sua conta de luz.

Quem pode e quem não pode aderir

Os consumidores que podem aderir à Tarifa Branca são aqueles do grupo B de baixa tensão, que inclui:

  • B1 – Residencial: casas e apartamentos comuns.
  • B2 – Rural: propriedades rurais que utilizam energia para atividades agropecuárias.
  • B3 – Comércio, serviços e pequenas indústrias em baixa tensão: estabelecimentos que não se enquadram nos grupos anteriores.

Por outro lado, não podem participar dessa modalidade:

  • Residencial Baixa Renda (Tarifa Social): famílias beneficiárias da tarifa social de energia elétrica.
  • Iluminação Pública: pontos de iluminação de ruas e praças.
  • Consumidores de energia pré-paga.

Passo a passo para aderir (e para voltar, se preciso)

Para quem deseja migrar para a Tarifa Branca, o processo é simples, mas envolve alguns pontos de atenção:

  1. Solicitação – O pedido deve ser feito diretamente nos canais de atendimento da sua distribuidora (aplicativo, site ou agência presencial).
  2. Troca de medidor – A distribuidora agenda a instalação de um medidor eletrônico capaz de registrar o consumo por horário. Em geral, esse serviço não tem custo para o consumidor.
  3. Prazos – Após o pedido, a mudança costuma levar um ou dois ciclos de faturamento para aparecer na sua conta de luz.
  4. Sem consumo mínimo – Desde 2020 não há exigência de consumo mínimo para aderir (por exemplo, na Enel).
  5. Reversão – Se, depois de alguns meses, você perceber que a modalidade não trouxe economia, é possível solicitar a volta para a tarifa convencional.

FAQ — Perguntas frequentes sobre Tarifa Branca

É uma modalidade em que o preço do kWh varia conforme o horário do consumo (ponta, intermediário e fora de ponta).

Consumidores do grupo B em baixa tensão, exceto os beneficiários da Tarifa Social.

Eles variam conforme a distribuidora; consulte os postos tarifários publicados pela ANEEL e pela sua distribuidora.

Fins de semana e feriados nacionais são sempre fora de ponta; feriados estaduais e municipais seguem as regras locais da distribuidora.

Sim, aplicam-se a todos os postos, inclusive fora de ponta.

Sim, basta solicitar à distribuidora.

Não. Se o consumo permanecer concentrado nos horários de ponta, a conta pode até ficar mais cara.

Normalmente um ou dois ciclos de faturamento após o pedido.

Em regra, a troca para o medidor eletrônico é feita pela distribuidora sem cobrança para o consumidor, mas pode haver exceções conforme a área de concessão.

Não há exigência de permanência obrigatória; é possível solicitar o retorno à tarifa convencional caso não compense.

Não. Consumidores que utilizam o sistema pré-pago não são elegíveis à Tarifa Branca.

Referências

Foto por Mathieu Stern on Unsplash